Há 110 anos, em setembro de 1914, a Primeira Batalha do Marne marcou o fim do avanço alemão na França e o início da guerra de trincheiras que caracterizaria a Primeira Guerra Mundial nos anos seguintes.
No começo da Primeira Guerra Mundial, os alemães pretendiam derrotar a França com uma grande manobra através da Bélgica, contornando as fortificações inimigas na fronteira, invadindo a França perto da cidade de Lille, buscando envolver e cercar os exércitos franceses pelo Norte, capturando Paris. Essa era a essência do Plano Schlieffen.
Incialmente, os alemães conseguiram manter seu cronograma operações grandes atrasos, ocupando Bruxelas no dia 20 de agosto apenas um dia após o previsto, apesar da resistência Belga e dos contra-ataques inimigos. Mas o reposicionamento e as ações das forças francesas e britânicas, incluindo a destruição de pontes e ferrovias, juntamente com a insuficiência de efetivos e o esgotamento das tropas alemães, que em alguns casos marcharam mais de 240 km desde o início do ataque no dia 02 de agosto, provocaram mais atrasos e motivando os alemães a avançarem para Paris, não pelo Sudoeste como planejado, mas pelo Norte, através do vale do Rio Marne.
A partir do dia 05 de setembro, 56 divisões de infantaria e nove divisões cavalaria aliadas enfrentaram 44 divisões de infantaria e sete divisões de cavalaria alemãs numa série de combates ao longo de uma frente de 160 km, com ambos os lados tomando a ofensiva em momentos diferentes. A vantagem inicial foi dos alemães, mas a determinação da infantaria francesa, apoiada pelo fogo dos seus ótimos canhões de 75 mm, acabou prevalecendo e no dia 09 os aliados avançaram por uma brecha entre os exércitos alemães, que dois dias depois bateram em retirada para se posicionarem defensivamente ao longo do Rio Aisne, 70 km atrás, repelindo todas as tentativas de desalojá-los de suas trincheiras.
Paris estava salva e começava uma “Corrida para o Mar”, com cada um dos contendores buscando contornar as defesas inimigas, até chegarem ao Mar do Norte, em Nieuport no Noroeste da Bélgica, resultando num impasse tático, na estabilização do Front Ocidental e no início do longo período tristemente conhecido como “Guerra de Trincheiras”.
Na imagem: um oficial de artilharia francês orienta o fogo de uma bateria de 75 mm durante a Batalha do Marne. (acervo do editor)
